quinta-feira, 28 de junho de 2012

Educação ou crime contra a humanidade?

Alessandro Barreta Garcia*

            Conforme Carvalho (1994); Carvalho (2002); Rodríguez e De Sousa (2006) e Carvalho (2012), como era esperado pelo marxismo cultural, após a destruição dos alicerces da sociedade (Igreja, Estado e Família) fica muito difícil saber que tipo de educação encontra-se em andamento no Brasil, aliás, alguns poucos já sabem.
            Em tempos em que não temos mais uma educação moral e cívica, as condutas humanas perdem rapidamente sua referência virtuosa. Já, ao contrário, o estímulo à sensualidade ou a sexualidade precoce (SEVERO, 2012) é cada vez mais evidente na sociedade brasileira. Observados estes fatos, o que se adverte é o total desprezo pelo cuidado em educar as crianças. Hoje, se busca a permissão oficial (governamental) para que crianças participem de espetáculos de iambos (dionisíacos pelos quais se vivencia a sexualidade) já advertido e combatido entre os gregos (GARCIA, 2011).
            A mentalidade brasileira, eivada de imoralidades deve ser questionada por educadores, pois, a lógica dos valores está invertida. Os atos imorais passam a ser a regra, não mais a exceção. Neste país, os imorais são aqueles que são “corretos” e as poucas pessoas que ainda se preocupam com a educação são censuradas, agredidas e menosprezadas pela patrulha ideológica da esquerda.
            É triste observar essa lógica, é triste ver o país tão perdido em termos de valores supremos. Porém, há explicações para isso. E pensando nelas, nos damos conta do quanto nos incomoda presenciar esse crime humanitário. As mudanças ocorrem de cima para baixo e de cima para baixo não há esperança. Perceber que tal lógica invertida foi implantada pelo próprio governo é desesperador (CARVALHO, 1994; RODRÍGUEZ e DE SOUSA, 2006; KAMEL, 2007). Isto dito, a esperança se é que ela existe, só ocorrerá quando chegarmos ao caos, daí para frente não há como piorar ou pelo menos é impensável algo tão aquém de uma civilização.
O exercício do hábito e da razão pode levar o cidadão ao equilíbrio e, proporcionar-lhe a moral. No Brasil os hábitos são dos piores. Somente um processo de educação pode fazer do indivíduo um excelente político. No Brasil sua educação é desprezível é por isso temos políticos indecorosos. Dessa forma, indica-se que um cuidado com a criança deve ser conveniente com sua faixa etária, adequando os conteúdos a sua idade. Aristóteles já recomendava que:
"Os mais jovens não devem ter permissão também para presenciar espetáculos de iambos e comédias, antes de atingirem a idade a partir da qual lhes é permitido reclinar-se em volta das mesas dos repastos coletivos e beber vinho puro, pois nesta fase sua Educação já os terá imunizado contra os efeitos perniciosos de tais espetáculos" (ARISTÓTELES, 1985, p. 264).
A supervisão dos conteúdos e de sua real adequação também é muito importante, assim como o que se deve contar às crianças. Igualmente como os cuidados com as crianças descritos na Antiguidade, a educação hoje é uma prioridade. As conversas obscenas devem ser totalmente banidas dos ouvidos das crianças e, certamente, que seria muito bom reviver orientações de Aristóteles (1985) ainda hoje.
Essas são observações que justificam um apropriado cuidado para que não se absorvam informações obscenas e imorais antes que se tenha constituído, nos jovens, um preparo para uma aproximação adequada de certos contentos. A formação educacional dos jovens é fundamental para o Estado, e a preocupação educacional deixa claro que o legislador deve se empenhar na formação do educando e se afastar do crime contra a constituição. Sendo importante ressaltar que a negligência das orientações descritas acima, só causará um grande mal às cidades.

Referências:

ARISTÓTELES. Política. Trad. De Mário da Gama Cury. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1985, 317p.
CARVALHO, O. A Nova Era e a Revolução Cultural: Fritjof Capra & Antonio Gramsci. Rio de Janeiro, Instituto de Artes Liberais/Stella Caymmi Editora, 1994. http://www.olavodecarvalho.org/livros/neindex.htm
CARVALHO, O. Do marxismo cultural. O Globo, 8 de junho de 2002. Acesso em: 20/04/2012. http://www.olavodecarvalho.org/semana/06082002globo.htm 
CARVALHO, O. Obviedades estratégicas. Diário do Comércio, 6 de fevereiro de 2012. Acesso em: 20/04/2012. http://www.olavodecarvalho.org/semana/120206dc.html
GARCIA, A. B. Aristóteles nos manuais de história da educação. 1. Edição, São Paulo: Clube de Autores, 2011.KAMEL, A. O que ensinam às nossas crianças. O Globo, 2007. http://www.alikamel.com.br/upload/data/2007.09.18.pdfRODRÍGUEZ, R. V, E, DE SOUSA, P. S. O marxismo gramsciano: pano de fundo ideológico da reforma educacional petista. Revista Interdisciplinar de Estudos Ibéricos e Ibero-Americanos. Ano I, nº 1, Juiz de Fora, set.-nov./2006.
SEVERO, J. Crianças: inocentes peões da tirania ideológica. Mídia Sem Máscara. 2012.http://www.midiasemmascara.org/artigos/governo-do-pt/12850-criancas-inocentes-peoes-da-tirania-ideologica.html

* É Mestre em Educação e editor do site www.alessandrogarcia.org.  


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